Paulo Rk

Paulo Rk
Contemplação da mente

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Você se questiona?



Eu vivo me corrigindo, me observando, me repreendendo e por vezes me idolatrando.
Não sou narcisista em demasia, a verdade é que todo mundo é ou tem um pouco, mente quem diz não ser narcisista, mas sem neuras, acho que um pouco de amor próprio não faz mal a ninguém.
De repente eu me vejo relaxado com a minha própria aparência, sei que tudo na vida tem que ter a dosagem certa, não ser neuróticos ou obcecado com as nossas aparências, mas não devemos nos relaxar muito a ponto de andar mal trajados, afinal de contas, compartilhamos um mundo com todos, e saber nos apresentar perante as pessoas da sociedade é o mínimo que podemos fazer dentro da própria condição de sermos civilizados.
Aprendi que temos duas realidades de vida, a realidade externa como as nossas aparências superficiais, e a nossa realidade interna, como o nosso aspecto espiritual (alma).
Por esta razão nós budistas temos um oratório, um objeto de devoção, onde ela funciona como um espelho das nossas almas que nos mostra o estado de espírito, ela é tão importante quanto um espelho que reflete a nossa condição externa, sem a qual não saberíamos das nossas aparências se bonito ou feio, desarrumado ou arrumado.
Enfim o ‘bicho pega’ quando sentamos em frente ao nosso ‘objeto de devoção’, ou em frente ao oratório, quando recitamos o mantra com os olhos abertos, visualizando e fixando o olhar no mandala, localizado bem ao centro do oratório.
“Bicho pega” porque são nesses momentos de meditação ao recitar o mantra que revelamos as nossas verdadeiras condições como seres humanos, se eu for egoísta como pessoa e com as pessoas do meu entorno vou conseguir enxergar tal egoísmo e o quanto ela é nociva, fazendo mal as pessoas e pra mim mesmo, e uma voz interior, a ‘voz da consciência’ gritará, suplicará por mudanças, tipo, ‘EU preciso fazer algo para mudar a minha realidade intrínseca’.
Acredito e dou graças a deus por ter conhecido a filosofia budista nesta minha existência, pois caso tivesse conhecido outras religiões com suas metodologias do livramento de tudo que nos faz sofrer neste planeta, eu ainda seria aquele rapaz tímido, complexado e que se quer tinha amor e respeito por mim mesmo e muito pior por mais ninguém.
Menciono com orgulho sobre esta filosofia, pois se não fosse ela talvez não questionasse tanto, e se quer, teria me tornado quem eu sou hoje e como mencionei, tenho na consciência que tenho muitas falhas para corrigir, sou muito falho como ser humano, mas não vou viver a vida justificando as minhas fraquezas, dizendo que sou apenas mais um ser humano, ou mesmo resignado por ser assim e muito pior acreditando que morrerei assim.
A filosofia budista me ensinou que viemos ao mundo para aprender, e só consegue aprender aquele que tem a humildade de admitir ter muito a aprender, e principalmente aquele que sabe se questionar por quem e por tudo que ele faz neste mundo e planeta.
A grande diferença entre o budismo e as outras religiões é que o budismo nos ensina que viemos ao mundo para transformar, aprendemos o poder da transformação, enquanto as outras religiões do mundo nos ensina a resignação, ou seja, você nasceu assim por vontade e força maior, portanto morrerá assim, detalhe sem direito ao questionamento, porque para as outras religiões é pecado questionar “deus”!
Paulo RK

Nenhum comentário:

Postar um comentário