Paulo Rk

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Contemplação da mente

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Complexo de inferioridade!

Já tive muito isso, eu lembro no inicio da minha carreira profissional, quando pela primeira vez encontrei um trabalho para exercer funções de escriturário numa conceituada administradora, de estacionamentos e garagens daqui de São Paulo.
Sabe que hoje, depois de amadurecido não me arrependo por quase nada que fiz em toda a minha vida, no entanto quando penso nas pessoas que me deram a maior força naquele escritório, por estar iniciando a minha carreira profissional, não deixo de me abalar um pouco, “só um tiquinho” (risos), afinal de contas somos todos humanos ‘emocionalmente fracos’ (!), sendo cada vez mais raro pessoas pra nos ajudar ou que nos incentive de alguma forma, mas bola pra frente, porque afinal de contas não adianta chorar pelo leite derramado, não é mesmo?!?!?
Mas voltando ao assunto do meu primeiro emprego em um escritório, muitos devem ter passado por esta minha fatídica experiência, pois quem está trabalhando ou já trabalhou em escritórios sabe muito bem que em ambientes fechados onde se concentram muitas pessoas elas se reúnem em ‘panelinhas’, e quase sempre as muitas panelas existentes se rivalizam entre elas, medindo ignorâncias extremas, para ver quem vence no quesito ignorância, uma competição bestial, só para ver quem se supera na própria ignorância do ser, quando quase sempre todos perdem.
E foi com o meu ‘horrendo’ sentimento de ‘complexo de inferioridade’ que larguei de mão daquele emprego que hoje depois de “velho”, percebo ter feito a maior besteira por ter saído de lá, por conta de uma única pessoa que encrencou comigo, pedindo a conta antes mesmo de ter completado a fase da experiência que era de noventa dias, pra depois descobrir que a pessoa que me infernizou foi demitida.
Hoje bem mais maduro de quando eu comecei a minha carreira profissional, reflito não apenas pelas oportunidades profissionais que deixei passar batido, mas por todas as grandes oportunidades que bateram a minha porta e eu perdi por conta do meu ‘complexo de inferioridade’, criando a consciência e a necessidade de abolir este tipo de sentimento negativo da gente.
Costumo dizer que ‘experiências do presente tempo’ me faz viajar no tempo, voltando ao passado, resgatando todos os bons e maus momentos que me fizeram crescer como pessoa e me definem bem quem eu sou no presente tempo.
Observem, estava eu e meu amigo ‘alemão’ voltando do mercado, ao invés de pagarmos por uma sacola “reciclável” optamos por colocar as mercadorias adquiridas dentro de uma caixa fornecida pelo próprio mercado gratuitamente.
No caminho de casa tem uma viela, uma subida, não muito íngreme, no entanto quando estamos carregando qualquer coisa ela se torna enfadonha, assim como estávamos eu e meu amigo o ‘alemão’, para variar estávamos ‘brincando’ com a caixa carregada de mercadorias e logo a nossa frente um homem estava subindo a viela com muita facilidade, a vantagem dele é que não estava carregando absolutamente nada.
O homem estava ganhando distancia de nós, foi quando perguntei ao meu amigo se ele queria que eu carregasse a caixa, e num tom de brincadeira disse a ele que ‘sendo um robô’ alcançaria o homem com muita facilidade, mesmo carregando aquela caixa pesada, depois de pegar a caixa, comecei a acelerar meus passos e a correr como um robô.
Só que nessa “brincadeira” percebemos outra pessoa logo atrás da gente e instintivamente parei de correr!
Parei com medo do ridículo, no que poderia pensar o homem que estava logo atrás de nós e a nosso próprio respeito, duas pessoas adultas agindo como crianças ‘brincando de corrida de robô’ em plena subida daquela viela, um comentário foi inevitável, de como poderia ser constrangedor para a pessoa que estava a subir a mesma viela que nós dois ao assistir tal cena bem a sua frente!?!?!
Mas para o espanto do meu amigo, que não é de São Paulo e está de visita passando férias aqui em casa, ele ficou estupefato, com o que mencionou o rapaz que estava atrás de nós, subindo aquela mesma viela.
Pasmem o rapaz negro ou o ‘afrodecendente’, observando que tenho até medo de falar sobre a nomenclatura étnica deles, porque são muito sensíveis pela própria não aceitação deles por quem eles são, podendo se ofender por pouca coisa, e no caso foi o que aconteceu na ‘viela’.  
Quando comecei a correr como um ‘robô’ parei bruscamente ao notar que ele o ‘rapaz negro’ estava atrás de nós, parei com medo do ridículo no que ele poderia pensar a nosso respeito, ‘pessoas adultas’ a brincar de robô como se fossem crianças, mas para a nossa grande surpresa desagradável ele pensou o oposto, pensou negativo mencionando que não precisávamos correr porque ele não ia fazer nada com a gente, porque ele não é ladrão.
No começo a gente nem tinha conhecido o rapaz negro, na verdade ele é um vizinho nosso, o tal do ‘Junior’ acostumado a viver no mundo do crime realizando pequenos furtos e consumidor de drogas, mas como eu mencionei nem tínhamos identificado quem era, portanto a gente nem estava correndo dele, mas ele se doeu tanto que ficou meio que tipo ‘bravinho’ com a gente conforme o tom de sua própria voz mencionando tal estupidez.
Poderíamos desconfiar dele e agir com tal do preconceito que ele próprio mencionou, pois ele não tem um estilo de vida ou uma conduta ilibada, no entanto o preconceito saiu da sua própria ‘mente doente’, baseada em seu próprio complexo de inferioridade e maldade interior.
Achei muita graça e comecei a rir da cara do meu amigo, pois ele ficou muito surpreso com o que o Junior falou, na verdade ele ficou estupefato e tal espanto ficou nítido em seu rosto.
E tal experiência fatídica no presente tempo, de uma pessoa complexada me fez refletir das muitas coisas ruins que costumam acontecer com as pessoas no mundo, quase sempre desinteligências acontecem por julgamentos errôneos das pessoas sem moral, carregadas de sentimentos de culpa, ódio e hostilidades, pois eles próprios sabem estar fazendo o que é errado e moralmente inaceitável por todos!

Paulo RK

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